Como preparar minha casa para receber Automação Residencial? Parte 1: Rede Wireless
Devido a várias dúvidas levantadas nas últimas semanas a respeito de como a residência deve ser ou ter para comportar automação residencial, decidimos fazer uma série de posts sobre o assunto, e para começar, decidimos falar um pouco sobre algo que poucas pessoas conhecem bem, a Rede Wireless.
Para iniciar este post, gostaria que você leitor, começasse se lembrando ou mesmo listando todos os equipamentos que hoje estão conectados a rede sem fio da sua casa. Acredito que tenha contato ao menos 2 equipamentos para cada morador de sua casa, não foi?
Hoje, a rede wireless que até algum tempo era apenas responsável por proporcionar o acesso a internet a alguns computadores, está tendo que lidar com o aumento diário de novos dispositivos conectados a ela, e cada vez mais tem sua "competência" posta a prova. Tal capacidade chamamos de largura de banda, que é a taxa de transmissão de dados que o roteador pode suportar.
Dificilmente encontraremos uma residência que já não tenha ao menos um smartphone por pessoa, e conhecendo a precária infraestrutura de telefonia móvel, e altos custos dos pacotes de dados no Brasil, é certo afirmar que todos estes estarão conectados a rede wireless doméstica para acessar a internet. Assim como os smartphones, os tablets também se tornaram muito populares, substituindo muitas vezes um computador em tarefas simples como navegar na internet, ler livros e assistir filmes.
Os notebooks são outros fominhas da sua rede, querendo para si uma gorda fatia da largura de banda de seu roteador, algo que os novos televisores "smart", dispositivos de streaming de vídeo como Apple TV, Chromecast e Media Centers são responsáveis por grande parte do consumo.
Mas e a Automação Residencial, onde entra? Por mais que se diga que o sistema de automação implementado se baseie em tecnologias cabeadas ou via powerline ou via protocolos sem fio como RF, Z-Wave e ZigBee, isto se diz respeito apenas a estrutura que o usuário "não vê". A interface na qual os usuários controlarão suas luzes, cenas inteligentes e home-theater, está em grande parte dos casos em seus tablets e smartphones, e para se conectarem com a central de automação terão de pasar pelo roteador, ou seja, mais carga para ele.
O que deve ser feito então para nossa rede doméstica suportar toda a carga demandada?
A primeira coisa a se fazer, deve ser verificar o quanto carregada sua rede está. Há casos em que por mais que a rede possa parecer carregada devido a quantidade de equipamentos conectados, adicionar a automação residencial a ela acaba não gerando nenhum problema, mas em contrapartida, há casos em que basta apenas mais um dispositivo ser conectado e os problemas começarem a surgir.
Para isto, faça o seguinte teste:
1° Passo: Faça a transferência de um arquivo entre os computadores da rede e veja como ela se comporta, avalie também a navegação na internet;
2° Passo: Adicione um novo dispositivo, repita os testes do 1° Passo e veja se houve alguma perda de performance, se não houve perdas, a rede está boa para continuar, se houve problemas siga para o passo 3.
3° Passo: Remova o dispositivo e repita novamente o 1° Passo, caso o problema desapareça, é sinal de que sua rede precisa de um upgrade.
Caso sua rede precise de um upgrade, veja algumas dicas abaixo.
Reposicione seu roteador:
A área de cobertura, e a velocidade da rede estão diretamente ligados. Você pode ter o melhor roteador, mas se seus dispositivos estão longe, ou em áreas com baixa intensidade de sinal, eles não funcionarão corretamente.
Procure reposicionar seu roteador para que esteja numa porção central da residência, longe de objetos que o obstruam e de preferência no alto, isto garantirá uma boa área livre para que o sinal propague sem interferências.
Adquira um extensor de sinal:
A aquisição de um extensor de sinal, fará como o próprio nome diz, a extensão do sinal, retransmitindo o sinal do roteador de um ponto com baixa intensidade para uma área maior, no entanto, esta não é a melhor solução uma vez que ele usa o mesmo canal do roteador, podendo causar interferência e portanto problemas.
Comprar um segundo, ou terceiro roteador ou access point:
O roteador ou access point adicional propiciarão o aumento na área de cobertura de sua rede e consequentemente uma comunicação mais veloz entre equipamentos.
Conecte-os ao roteador via cabo ethernet Cat 5e ou Cat6 (para conexões gigabit) e seus problemas desaparecerão! A configuração deste segundo roteador é simples, bastando desabilitar o DHCP, travar seu IP fixo na mesma rede do roteador principal e deixar suas configurações WAN vazias. O importante aqui é deixar os roteadores em canais diferentes, de preferência optando entre o 1, o 6 e o 11, pois não são canais sobrepostos.
Alguns roteadores ainda apresentam a capacidade de se interligarem via WDS (Wireless Distribution System). Apesar de facilitar e muito a instalação, a largura de banda é cortada pela metade a cada roteador adicionado na cadeia, o que não é interessante.
Se nenhum dos passos acima funcionou, troque o roteador!
Faça um upgrade para modelos modernos de roteadores. Hoje no mercado temos vários modelos de roteadores que suportam larguras de banda acima de 600Mbps, além de permitir que sejam criadas redes em 2.4 e 5GHz (dual band). As redes de 2,4GHz são ótimas em área de cobertura, pois são menos influenciadas por paredes e outras barreiras, no entanto possuem menor capacidade de transmissão de dados. Utilize esta opção para criar uma rede para ser compartilhada por smartphones, tablets e outros dispositivos mais simples. A rede de 5GHz, possui uma maior capacidade de carga, mas no entanto tem uma menor área de cobertura, então podemos direcionar a ela, os equipamentos de streaming, e notebooks, que poderão fazer uso de uma maior taxa de transmissão.
Ficou alguma dúvida? Precisa de ajuda para decidir qual melhor roteador, ou formato de rede para sua residência? Deixe um comentário abaixo.
Na próxima semana falaremos sobre a instalação elétrica. Até lá!